Ainda antes de assumir o governo do Estado de São Paulo, o governador eleito João Dória quebrou uma de suas promessas de campanha, aquela feita no encontro com os policiais militares na AOPM – Associação dos Oficiais da Polícia Militar, na manhã de 17 de setembro, a convite da FERMESP – Federação das Entidades Representativas de Policiais Militares do Estado de São Paulo. Na ocasião, Dória disse que o Secretário da Segurança Pública em seu governo seria “um policial”. Muitos aplausos. Frase repetida. Aplausos ensurdecedores; um grito aqui, outro ali; sorrisos abertos. A promessa foi reiterada em outras oportunidades, e novamente repetida depois de eleito, como no depoimento ao Cel Telhada, em vídeo exposto nesta home.

Mas… o Secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo será o General João Camilo Pires de Campos. Dória acomodou as polícias Militar e Civil em um arranjo: extinguiu a Secretaria-Adjunta da SSP e criou a Secretaria Executiva para a Polícia Militar e a Secretaria Executiva para a Polícia Civil. Na Militar, colocou o deputado estadual Cel Álvaro Batista Camilo, que o apoiou em campanha; na Civil, colocou o delegado Youssef Abou Chahin. Manteve no Comando-Geral da Polícia Militar o Cel PM Marcelo Vieira Salles; o delegado-geral da PC será Ruy Ferraz Fontes.

Raríssimas manifestações sobre a quebra da promessa até agora. Na Assembleia Legislativa, depois da mudança de rumos, apenas o deputado Delegado Olim gritou e disse que vai cruzar os braços em votações de projetos de interesse do governo. Para as entidades PM – para as quais a promessa foi feita em primeira mão – parece estar tudo certo. Até agora, nem um pio.

De certo, mesmo, duas particularidades: a primeira é que a Polícia Militar foi rebaixada para o quarto escalão de governo; a segunda é que, de agora em diante, só por milagre as Associações PM terão um encontro com o titular da Secretaria da Segurança Pública. Os contatos devem ser feitos com seu secretário-executivo.