Deputado Cel Nishikawa vai trabalhar pela emancipação dos bombeiros e helicóptero no ABC

Deputado estadual eleito com 23.094 votos, o Coronel Paulo Nishikawa (PSL) assumirá uma cadeira na Alesp no dia 15 de março já como integrante da Bancada da Segurança. Policial militar de longa carreira, ele começou na Força Pública, em 1968, como Soldado, e quatro anos depois foi aprovado na Academia de Polícia Militar do Barro Branco. Trabalhou na Casa Militar, na Assessoria Militar da Secretaria da Saúde e da Secretaria da Agricultura, foi um dos fundadores da Secretaria da Administração Penitenciária e implantou o Resgate no Corpo de Bombeiros, onde serviu de 1978 a 1990. Na Reserva, foi chefe de gabinete nas subprefeituras de Vila Formosa e Sé, na gestão Gilberto Kassab, e foi presidente de Conseg no ABC. Nesta entrevista a Sentido!, ele fala de projetos e analisa o início da gestão Dória na Secretaria da Segurança Pública.

 

Quais são seus planos para esses quatro anos de mandato?

Atuação mais forte na área de segurança pública, evidentemente, carente porque o governador Alckmin nos abandonou, pouco investiu em equipamento, não repôs efetivo. Junto com a Bancada da Segurança, vamos atuar fortemente nesta área. Quero trabalhar no projeto de blindagem de pelo menos os vidros das viaturas. Outra área é a Saúde, de modo geral, principalmente na região do ABC.

 

O sr. vai encaminhar a questão da emancipação dos Bombeiros?

Isso é uma coisa que já vem se arrastando há muito tempo. Sou favorável e já estou trabalhando para isso, conversando com outros deputados, e todos estão favoráveis. Não é separação! Nós vamos manter a mesma estrutura utilizando Cruz Azul, HPM, SPPREV e outros. Estruturalmente, vai ser seguido o que já existe na Polícia Militar. O governo não terá despesas para isso.

 

O sr. defende a instalação de uma base de radiopatrulhamento aéreo no ABC. Como vai lutar por isso?

Eu já pedi para o Dória pessoalmente. A gente tem carência de instrumento eficaz para vigilância das estradas. Temos a Anchieta, a Imigrantes e o Rodoanel, a Dutra e a Ayrton Senna. Temos um porto perto, em Santos. O helicóptero vem para minimizar o problema de vigilância, socorro a acidentados. Vamos brigar para ter este equipamento na nossa região.

 

O sr. defende a integração das polícias, das guardas civis e dos agentes penitenciários. Como isso poderia ser feito e como o sr. imagina este cenário?

O início se dará em um centro de treinamento integrando Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Científica, a Polícia Federal se quiser participar, onde teríamos teatro de operações simulado, estande de tiro, vários cenários para a gente treinar para falar a mesma linguagem nas ocorrências. Na ocorrência, o civil não quer saber da farda, quer ser ajudado. Então, a gente não pode divergir.

 

O governador eleito, em campanha, disse várias vezes que o Secretário da Segurança Pública seria um policial. Mas colocou no posto um general. Como o sr. viu essa mudança de rumos?

Acho que foi uma escolha política, não foi uma escolha técnica. Eu sempre defendi colegiado: três delegados e três coronéis, por exemplo, para comandar a Secretaria. Aí não haveria tanta divergência entre as polícias.

 

O governador eleito criou o cargo de Secretário Executivo da Segurança Pública para a Polícia Militar. O que o sr. achou disso?

Particularmente, não gostei. O comandante-geral vai ter mais uma escala para chegar no Secretário. Ou seja, vai ter um intermediário para dialogar com a autoridade principal, que por sua vez terá que dialogar com o governador. Não acho bem-vinda esta figura de secretário-executivo.

 

O que o sr. pensa a respeito da lavratura do TCO pela Polícia Militar?

Daria mais rapidez ao andamento de muitos processos que vão para a delegacia, viatura aguardando na fila, ia melhorar o trabalho da Polícia Militar na rua. Eu mesmo já cheguei a ficar de um dia para o outro em flagrante na delegacia. Nesses casos, você está tirando um equipamento da rua para lavrar um flagrante. Tudo isso atrapalha.

 

Como deputado, o sr. pretende lutar para que a Polícia Militar passe a lavrar o TCO?

O Ciclo Completo é que vai amparar o TCO. Outros Estados já utilizam. Eu defendo o Ciclo Completo.

 

O sr. vai apresentar algum projeto nesse sentido?

Não. Primeiro, eu preciso estudar melhor o Ciclo Completo. Não adianta ficar dando palpite aqui.

 

Mas o Ciclo Completo virá de uma diretriz federal enquanto que o TCO é decisão estadual.

Mas você tendo o Ciclo Completo já facilita bastante o TCO. Enquanto não for implantado o Ciclo Completo será difícil brigar pelo TCO.

 

Mas Santa Catarina tem, Rondônia tem, Rio Grande do Sul…

Isso que eu falei, o Ciclo Completo.

 

Mas nesses estados é TCO…

Que seja. Mas aqui a dificuldade, desde o início, é a briga entre Polícia Civil e Polícia Militar.

 

As polícias mais modernas do Brasil exigem o título de Bacharel em Direito para entrada na Academia e diploma de curso superior para a Escola de Soldados. O que o sr. pensa a respeito desta norma de ingresso? Tem planos para encaminhar este pleito para a Polícia Militar de São Paulo?

Eu defendo. Mas no sentido de economia. A pessoa entra como bacharel em Direito, já tem formação jurídica, e depois em dois anos de estética militar estará enquadrado na filosofia da Polícia Militar. Vai economizar um bom tempo de Academia, é dinheiro economizado. E outra, vai pegar pessoa já formada.

 

O sr. só defende ou tem um projeto assim para apresentar na Assembleia?

Com o tempo a gente vai conseguir. É por isso que estou falando que preciso estudar muita coisa ainda que, hoje, ignoro.

 

A carreira única é um tema que será discutido mais cedo ou mais tarde. O que o sr. pensa a respeito disso?

Por enquanto não vou abordar porque este assunto é muito profundo.

 

O que o sr. pensa da alteração do Código Penal Militar, que trouxe para a Polícia Judiciária Militar a apuração do crime doloso contra a vida de civil?

Eu sou a favor. A Polícia Judiciária Militar como sempre foi.

 

Como o sr. vai encaminhar uma reivindicação salarial na Assembleia?

Com a bancada. Sozinho não se faz nada.