Eleição da Mesa Diretora da Alesp ocorre sem surpresas

Os 94 deputados eleitos para a 19ª Legislatura da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo tomaram posse hoje em cerimônia de cerca de 40 minutos. Depois do juramento de praxe, eles passaram à votação para eleger a Mesa Diretora para o biênio 2019/2021. Nada saiu diferente do que se esperava, sendo eleita a “tríade macabra”, assim denominada pelo senador Major Olímpio (PSL/SP) a composição do PSDB, PT e DEM para dominar a Alesp. Cauê Macris (PSDB) foi eleito presidente com 70 votos; para a primeira secretaria foi eleito Enio Tatto (PT); e para a segunda secretaria foi eleito Milton Leite Filho (DEM).

O PSL, partido que tem a maior bancada da Alesp com 15 deputados, apresentou candidatos para todos os cargos da Mesa – e foi derrotado em todas as votações. A deputada Janaína Paschoal, escorada num recorde de mais de 2 milhões de votos, obteve dos parlamentares apenas 16 votos: 15 do seu partido e um do deputado Arthur Mamãe Falei (DEM). O deputado Major Mecca, candidato à primeira secretaria, não foi unanimidade nem mesmo entre os deputados policiais militares. Votaram a favor do petista Enio Tatto os deputados Conte Lopes (PP), Coronel Telhada (PP) e Sargento Néri (AVANTE).

Agora, com a atual composição da Mesa Diretora, a tendência é o PSL passar pelo menos dois anos em completo isolamento, ficando de fora inclusive da distribuição das comissões. Para continuar respirando, restará ao partido, então, exercer o papel fiscalizador dos atos do Estado, operar por meio de obstruções e propor investigações para atrapalhar a vida do governo. A primeira delas será a criação da CPI da Dersa (e aqui vai contar com o apoio do PT) para apurar as denúncias de corrupção contra o ex-diretor da estatal, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto. Várias outras CPIs já estão engatilhadas.

Logo depois da eleição do primeiro secretário, a deputada Janaína Paschoal usou o twitter para criticar os deputados Conte Lopes, Coronel Telhada e Sargento Néri (sem mencionar os nomes) “membros históricos da bancada da segurança pública (que) tiveram a opção de votar em um Coronel da PM, Major Mecca, mas preferiram votar no deputado Enio Tatto (PT)”. Ela também criticou as bancadas religiosas que votaram no PT, “partido declaradamente favorável ao aborto. Depois não venham fazer discurso a favor da vida”, avisou. E finalizou: “PT votando no PSDB e PSDB votando no PT. Essa é a nossa triste realidade.”

De fato, foi o que ocorreu. Exemplo do que escreveu a deputada foi o Coronel Telhada votando no petista Enio Tatto para a primeira secretaria, e vários deputados do PT votando no Coronel Telhada para a 3ª vice-presidência, que ele acabou levando. É verdade, também, que o acordo PSDB/PT foi escancarado. Porém, quem vai se lembrar disso na semana que vem? O PSDB continuará dando as cartas na Alesp como nos últimos anos, e restará pouca coisa ao PSL, que continuará gritando. A verdade é que, no primeiro dia da nova legislatura, o PSL entrou grande e saiu pequeno.

 

Parlamentares PM

Sentido! vai seguir de perto o comportamento dos parlamentares policiais militares e dos parlamentares que se elegeram com a bandeira da Polícia Militar. No primeiro bloco estão Coronel Nishikawa, Gil Diniz, Major Mecca e Tenente Nascimento (PSL), Major Mauro (PR), Conte Lopes e Coronel Telhada (PP) e Sargento Néri (AVANTE). No segundo bloco está a deputada Adriana Borgo (PROS).

Hoje, na eleição para a presidência da Alesp, votaram a favor de Cauê Macris os deputados Major Mauro, Conte Lopes, Coronel Telhada, Sargento Néri e Adriana Borgo. A favor da deputada Janaína Paschoal votaram Coronel Nishikawa, Gil Diniz, Major Mecca e Tenente Nascimento.

Na eleição para a primeira secretaria, votaram a favor do Major Mecca os deputados Major Mauro, Coronel Nishikawa e Tenente Nascimento. Votaram contra ele os deputados Conte Lopes, Coronel Telhada, Sargento Néri e Adriana Borgo.