É uma questão de máscara, só isso.

Quando a máscara cisma de cair, não tem jeito; cai mesmo! Por mais que o sujeito empine o nariz, faça biquinho ou avance a mandíbula, ela cai. Gente que fazia um esforço danado para parecer estar acima da massa ignara um dia esquece de fazer esforço e se entrega. Pode ser que um escorregão ou outro revele a pantomima e o ato falho venha a ser corrigido com um pedido de desculpas; ninguém é de ferro, chega uma hora em que só o palavrão resolve. Haja paciência.

Uma ou duas vezes nesses três anos de mandato, o governador de São Paulo cometeu o ato falho. Em Taubaté, não conseguiu manter a performance marquetada e chamou policiais militares veteranos de vagabundos. Depois pediu desculpas por ter perdido a paciência, afinal esse pessoal que não tem nada a fazer na vida inventa de atrapalhar um discurso escrito e reescrito por assessores para funcionar bem. Assim não dá. Em outra ocasião, repreendeu um coronel que ousou trabalhar enquanto a flor da política discursava, veja se é possível um negócio desses.

Agora, bem quando ele está correndo risco de perder a oportunidade de vencer fácil o tosco presidente da República e assumir o governo do mundo, com a cabeça girando, com os acordos empacando, não é que aparece um grupelho de desocupados gritando por reajuste salarial? Ora, vê se dá pra aceitar uma coisa dessas! É uma turma que não representa a melhor polícia do universo, construída por ele à custa de muito investimento em armas, veículos blindados, drones (não de brinquedo, mas de última geração fabricados na China!) e um salário chinês para os que lhe garantem a segurança.

Agora já não se pode mais chamar de ato falho. Sem máscara no programa “Brasil Urgente”, disse ao apresentador José Luiz Datena (outro que gosta de fazer o nome em cima da melhor polícia do País) que os policiais que trabalham serão recompensados. Não com reajuste, que isso não é possível, papai Bolsonaro não deixa, mas com um bônus polpudo. E aqueles que não trabalham, que nada produzem a não ser barulho, podem continuar gritando amparados por seu líder estilo sindicalista, “esse aí com o microfone”, deputado estadual eleito com mais de 130 mil votos.

Fazer o quê! No Brasil de hoje, não mais causa espanto termos que revelam baixeza moral e pobreza intelectual de quem os profere.