Pode esquecer. Forças de Segurança não terão reajuste salarial este ano.

O governo João Doria ainda não disse com todas as letras mas já deu três pistas claras de que o reajuste salarial dos integrantes das forças de segurança do Estado este ano será de 0%. Zero por cento! Não haverá reajuste.

A última pista foi dada ontem, durante almoço com a bancada do PSL no Palácio dos Bandeirantes. Indagado pelo líder da bancada, deputado Gil Diniz, o governador disse que não há previsão de reajuste para este ano mas que, ao final de seu mandato, a Polícia de São Paulo será a mais bem remunerada do país. Mais tarde, Doria disse ao deputado Major Mecca que “vai anunciar alguma coisa no último trimestre deste ano”.

Não custa lembrar que, durante a campanha eleitoral, o então candidato João Doria foi enfático nesta questão. Em uma de suas declarações mais contundentes, gravada em vídeo que circula livremente pelas redes sociais, ele disse que promoveria um reajuste real no salário dos policiais ao longo dos quatro anos de sua gestão – “começando agora, no início do próximo ano.”

Eleito e empossado, demorou quatro meses para voltar a abordar o assunto. Na inauguração do 8º BAEP, em Presidente Prudente, no dia 11 de abril, o governador reafirmou que São Paulo terá a polícia mais bem remunerada do país “ao final dos quatro anos” de sua gestão. “Este é um compromisso de governo”, afirmou.

A palavra “começo” sumiu do discurso. A promessa virou compromisso.

Não foram só os policiais militares que receberam o “não” disfarçado do governo. No dia 15 de abril, os diretores do Sindicato dos Delegados, em audiência privada, ouviram do secretário da Segurança Pública, General João Camilo Pires de Campos, que “não há prazo nem plano de recomposição salarial”.

Na foto que ilustra esta reportagem, Doria está ao lado do presidente da FERMESP – Federação Nacional de Entidades de Militares do Estado de São Paulo, Cel PM Roberto Allegretti, em campanha na Associação de Oficiais da Polícia Militar. Na ocasião, ele fez várias promessas ao seleto público composto de PMs da ativa e veteranos, presidentes e diretores de entidades PM, candidatos a deputado e também dois ou três candidatos à cadeira de SSP. Doria foi muitíssimo aplaudido quando garantiu, ao finalizar sua lista de promessas, que no seu governo o secretário da Segurança Pública seria um policial.

A última promessa foi a primeira a ser quebrada.

Mas nada disso chega a ser surpresa. Todos nós conhecemos o governador que temos.